Bruxas, virgens, putas, vilãs e heroínas
Trilogia da socióloga Isabelle Anchieta analisa as imagens femininas que se tornaram ícones – as mais citadas, imitadas e reproduzidas ao longo da história
Por Juliana Sayuri
De Toyohashi (Japão)
(Para Revista Tpm – 17/2/2020)
“Isto não é Artemisia”, ajuizou a socióloga mineira Isabelle Anchieta, intrigada diante de um quadro no museu do Palazzo Pitti, em Florença, na Itália.
Era 2013 e a jovem jornalista e à época doutoranda, fascinada pela pintora italiana Artemisia Gentileschi (1593-1653), arriscou informar à direção do museu a indicação incorreta da autoria – não sabia dizer de quem era o quadro, mas apostava que certamente não era desta artista barroca do século 17, famosa por autorretratos e uma das primeiras mulheres reconhecidas no campo das artes. A diretora confirmou: por acaso, dias antes, especialistas se reuniram para discutir o caso, admitiram o erro, mas não tiveram tempo de atualizar a chapinha metálica de identificação. Impressionada, a dirigente italiana quis saber como a visitante notou o deslize. “Leio imagens”, respondeu Isabelle. […]

IMAGEM: PIXABAY
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