‘Dialeto’ de Floripa rende dicionário, vídeos e suvenires ilustrados
Sotaque chiado, cantado e muito veloz é característico do manezinho, como são chamados os nativos da ilha
Por Juliana Sayuri
De Florianópolis
(Para Folha de S.Paulo – 27/2/2019)
“Premêro tu câmba azishquêrda, adepôsh tu câmbash ásh derêita, daí é só siguí reto toda vida…” Em outras palavras, vire à esquerda, depois vire à direita e siga em frente. Talvez turistas desavisados não consigam entender imediatamente o que dizem moradores de Florianópolis.
O sotaque chiado, cantado e muito veloz é característico do “manezinho”, como são chamados os nativos da ilha. Além da pronúncia peculiar, um misto da herança histórica da colonização açoriana e da cultura pesqueira na cidade litorânea, o “manezês” reúne uma série de expressões e palavras próprias, como “bucica” (cadela, a fêmea do cachorro), “boca mole” (idiota) e “istepô” (o do contra, que se opõe a tudo).
A fim de resgatar e divulgar a identidade “manezinha”, o designer catarinense Douglas Ferreira, 33, fundou o “Dezarranjo Ilhéu” no Facebook em setembro de 2014. Hoje, a página conta mais de 118 mil fãs. Em janeiro de 2016, entrou no YouTube, somando mais de 2,3 milhões de visualizações desde a estreia. […]
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