Briga judicial entre historiadoras ilustra racha político no país
Juliana Sayuri
De Florianópolis
(Para Ilustríssima – Folha de S.Paulo – 25/10/2018)
Resumo
Historiadoras Ana Caroline Campagnolo e Marlene de Fáveri protagonizam caso emblemático do movimento Escola Sem Partido e simbolizam polos opostos na atual disputa política. Campagnolo é antifeminista, anti-PT e pró-Bolsonaro. Fáveri, por sua vez, é feminista e #EleNão.
– Vai ter guerra que tem tanto canhão junto?
Um senhor grisalho, de óculos e queixo quadrados, sussurrou a frase irônica no ouvido de sua filha, que era hostilizada por manifestantes feministas diante do Fórum Eduardo Luz, em Florianópolis (SC), em junho de 2017. Ele não estava errado: guerra há.
O senhor era o advogado Job Campagnolo. Sua filha é a jovem historiadora catarinense Ana Caroline Campagnolo, recém-eleita deputada estadual pelo PSL – “o partido do [Jair] Bolsonaro”, conforme ela define nas redes sociais.
Ela processou a historiadora Marlene de Fáveri, professora da Udesc (Universidade do Estado de Santa Catarina) e sua ex-orientadora no mestrado, a quem acusou de intimidação, discriminação, ameaça velada, exposição discriminatória, humilhação na sala de aula e tentativa de prejudicá-la academicamente –ou, como foi simplificado, “perseguição ideológica e discriminação religiosa”. […]
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