Jovens Doutores
Doutores querem mudar regra de retorno ao Brasil: ‘Não é fuga de cérebros’
Por Juliana Sayuri
De São Paulo
(Para BBC News Brasil – 17/7/2018)
(G1, Folha, Época Negócios)
Pedro (nome fictício) fez doutorado na França, onde recebeu uma proposta de emprego. Foi obrigado a recusar a oferta para retornar ao Brasil e cumprir o período de “interstício”, que se refere à temporada de permanência obrigatória de ex-bolsistas no país após a conclusão dos estudos no exterior. Está desempregado.
Giovana (nome fictício) faz especialização na Inglaterra e, após a defesa da tese, deverá voltar ao Brasil a fim de cumprir as regras da agência federal de fomento, afastando-se de seu marido europeu e de seus três filhos.
As histórias reais de Pedro e Giovana são citadas como exemplos no abaixo-assinado lançado por pesquisadores brasileiros, em fevereiro, que reivindicam revisão e flexibilização das regras atuais que obrigam ex-bolsistas a retornar ao país.
Entre os signatários estão integrantes do Programa-Piloto para a Mobilidade de Profissionais Brasileiros Altamente Qualificados: Brasileiros pelo Avanço da Internacionalização do Conhecimento – Brain (que significa “cérebro” em inglês), uma rede de 158 bolsistas e ex-bolsistas de doutorado do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes).
A articulação do Brain começou a partir de um grupo de pesquisadores brasileiros no Facebook. Em agosto de 2017, eles fizeram uma das primeiras reuniões por videoconferência, iniciando a elaboração de propostas para apresentar alternativas ao CNPq e à Capes em relação ao retorno obrigatório ao país. […]
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